A privada entupida marca o início de uma mudança na vida de Soledad (Inés Efron). A separação do namorado, que quer um tempo para repensar as coisas, deixa-a solitária em seu apartamento. Como para esconder de si mesma sua fragilidade, Soledad decide que vai ficar um tempo só, porque as pessoas solitárias lhe parecem mais felizes.

Por roteiro, entenda-se uma tênue história que não escapa, em
alguns momentos, de ser esquemática. O que vemos é a rotina dessa jovem em sua
solidão. Uma solidão marcada por sintomas que revelam sua dificuldade em lidar
com o estar só. Dessa forma, o filme quer alcançar uma
poética que se perde na monotonia de seu andamento.
Não é apenas o esquemático, mas as metáforas óbvias do
desconforto dessa solidão. A privada entupida que ela abandona o uso, chegando
a fazer dela espaço decorativo; sua atitude hipocondríaca e a masturbação
discreta no jato de água do bidê, tudo, de forma
muito elementar, refletem os sintomas da solidão ingenuamente autoimposta.

Toda essa estética artificial, perdida entre o poético, somada a
um roteiro frágil, fazem do filme um arrastado debute de direção sem personalidade. Apoiado nas pistas óbvias das mentiras que a personagem cria para
si mesma sobre seu desejo de ficar só. O clichê, então, não demora a surgir, na forma de um possível romance, desenvolvido sem qualquer empatia. O resultado é fraco e superficial.
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Amorosa Soledad
Martín Carranza e Victoria Galardi
Argentina, 2008
82 min.
Trailer
3 comentários:
Tb adoro cinema. E tenho esse titulo em casa para ver. Ja desisti lendo sua resenha. Encontro muito isso: categoria- comédia romantica, quando é pura tristeza e melancolia. Suponho que voce tenha uma formação outra, alem de jornalismo. Parece. Enfim, grata pela informação. Vou ver outras por aqui,
Cam
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