terça-feira, novembro 09, 2010

Nhém, nhém, nhém...

Nunca filmei. Falo, então, de suposto a mim mesmo, como diria Pessoa.

Não entendo isso de cineasta responder a críticas. Mesmo as pessoais.

Pior ainda quando parte para um achincalhamento de seu opositor “crítico”. Muito mais ruim de pior de ruim mesmo, como diria minha sobrinha, se o achincalhamento vem sob uma presumivelmente vetusta indignação, amparado no maduro discurso do: “ele que começou...” (após as reticências não fica difícil emendar um choroso “mãnhê!!!”).

Menos ainda entendo o crítico que lança mão da afronta pessoal para analisar – e também achincalhar – a obra do cineasta. Fica sempre no fundo da crítica, na raspa de tacho do texto, aquela borra de recalque dizendo: ah, esse cara é muito “forgado” mesmo; quem ele tá pensando que é?

Entre tabefe pra cá, tabefe pra lá, respinga no público, pouco interessado em barraco de programa popular de TV, essa briga de vizinho por cerca em jabuticabeira. E o debate sobre cinema, arte, forma, conceito e estética fica de lado, sem chance de entrar.

Perde leitor (tempo e paciência), perde os envolvidos na celeuma (dignidade e respeito), perde os veículos (feitos varais de lavadeiras) – com todo respeito ás nossas digníssimas profissionais do asseio vestimental.

Arnaldo Jabor no O Estado de São Paulo responde à crítica de Eduardo Escorel na revista piauí. Ficou feio.

Vi o filme do Jabor sábado passado. Achei ruim demais. Fernanda, minha namorada e monja, também não gostou. Nem me animei a escrever sobre o filme aqui no Eu, Cinema. Agora me animo menos ainda. Não por medo da ira do Jabor, que nem sabe que esse blog e seu autor existem. Mas porque depois do que li entre esses dois, fiquei desanimado de tudo.
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