Extremely Loud & Incredibly Close
Stephen Daldry
EUA, 2011
129 min.
No novo trabalho do diretor Stephen Daldry, a sensação que
se tem é de que há um vidro separando o espectador das emoções que o filme tenta
passar. Você as vê, mas não as sente. Daldry sempre foi muito feliz em transpor
emoções da tela para o público; das intangíveis como em As Horas, das desconcertantes como em O Leitor, das intrínsecas como em Billy Elliot. Agora, no entanto, falha ao criar uma fábula que, por
meio da memoração dos ataques de 11 de setembro, quer comover através de emoções
derivativas da perda.


Esses desafios, chamados de Expedições de
Reconhecimento, eram na verdade estímulos para que Oskar superasse seus medos e implicavam em solucionar mistérios fazendo investigações,
buscando objetos escondidos ou resolvendo enigmas que dependiam de idas a
algumas partes da cidade.
É com esse espírito que o jovem passa a visitar pessoas em
Nova York com o sobrenome de Black, tentando descobrir se elas conheciam seu
pai e de onde é a chave misteriosa. Ao mesmo tempo, ele sente o distanciamento
da mãe (interpretada por Sandra Bullock), que parece não ter superado ainda a
perda do marido. Em sua jornada, Oskar monta um diário com fotos das pessoas
que vai conhecendo, criando um pequeno painel de diversidade, tipos de pessoas e
suas histórias.


Para o espectador, a sensação que pode advir disso é a de
estar vendo peixes num aquário. Há simpatia e afeição, mas nunca uma
transferência sólida que funcione como compartilhamento de emoções. Vemos à
distância uma história que tem alguma beleza e sensibilidade, mas cujo grau de
artificialismo torna incapaz a quebra da vidraça que nos separa de sua
experiência emotiva.
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