domingo, junho 26, 2011

Mostras e Pecados



Em seu blog, o Inácio Araújo elogiou o catálogo da Mostra Hitchcock. No final, faz uma observação, não uma crítica.

É nesses termos que falo de pecados do Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo. É um pecado que mostras como a de Hitchcock, em exibição, e John Ford, ano passado, sejam exibidas em uma sala de apenas 70 lugares. É pecado que, por conta disso, os ingressos para todas as sessões do dia se esgotem poucas horas após o início da venda. É pecado que catálogos como o da mostra John Ford se esgotem tão cedo. É pecado que para conseguir o catálogo da mostra Hitchcock seja preciso juntar dez ingressos (quem, economica e sexualmente ativo, tem tempo de ver dez sessões num curto espaço de tempo a ponto de conseguir seu catálogo antes que ele esgote, consumido por aqueles que não precisam pagar contas - ou as têm pagas pelo governo?).

É pecado, acima de tudo, que uma instituição tenha uma excelência incontestável na qualidade de sua programação e na acessibilidade do preço cobrado para usufruí-la, e que, paradoxalmente, por questões quase borgianas, restrinja o acesso de forma quase inexorável.

Como disse o Inácio, não é uma crítica. Apenas uma observação.
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1 comentários:

Diego Miguel disse...

Isso não é um problema só do CCBB de SP não. Aqui no Rio é exatamente a mesma coisa.

 

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