segunda-feira, dezembro 20, 2010

Um Pouco Mais Sobre A Rede Social


No que tenho lido sobre o filme “A Rede Social”, poucos parecem ter percebido o amargor do final de Mark Zuckerberg no filme. Sim, ele se tornou o mais jovem bilionário da história ao criar o Facebook. Mas no filme de David Fincher, seu final é sintomático do que ele criou para si mesmo e também do que ele é de fato: um silencioso vazio.

“A Rede Social” exibe Zuckerberg como um personagem amoral, embora não maléfico. Ele apenas age, aparentemente, sem a consciência de culpa, de ética ou de caráter. É quase um autômato. E a cena final, no meu entendimento, mostra que seus bilhões não foram suficientes para lhe dar o que de fato não custa nada: amigos.

Fincher não o condena a uma queda sem retorno por sua amoralidade, mas deixa uma dose de espinhos no final melancólico de Zuckerberg.

Sua cena final, esperando para ser aceito como amigo no site que ele mesmo criou, por uma pessoa que acabou de sair da sala onde ele estava, me parece triste e sintomático de sua solidão e de sua incapacidade de se relacionar com as pessoas no mundo real.

Agravante disso é o fato de o vermos dar um “refresh” na página regularmente, revelando uma expectativa que não corresponde à expressão em seu rosto. Aquilo, em essência, é Zuckerberg (o do filme, claro): um ser solitário, esperando ser aceito, mas sem demonstrar no rosto sua auto-desconhecida tragédia íntima.
--

0 comentários:

 

Eu, Cinema Copyright © 2011 -- Powered by Blogger