terça-feira, dezembro 06, 2011

Noite de Ano Novo



 New Year’s Eve
Garry Marshall
EUA, 2011
118 min.

A fórmula na qual se baseia Noite de Ano Novo não é apenas desgastada, ela também raramente funciona. Por outro lado, é uma receita quase matadora para levar público ao cinema. São basicamente dois ingredientes: um punhado de dramas paralelos e um punhado de astros famosos para interpretá-los.

Em Nova Iorque, na véspera de ano novo, tudo gira em torno da Times Square e da aguardada contagem regressiva. Esse é o pretexto para um desfile de personagens com pequenos e grandes dramas a serem solucionados naquela noite. E são muitos os personagens e os atores conhecidos que se revezam na tela.

Zac Efron (da franquia High School Musical) é um mensageiro que em troca de convites para uma badalada festa irá ajudar uma desanimada Michelle Pfeiffer a realizar algumas determinações de ano novo. Enquanto roda a cidade com ela, tenta ligar para seu amigo, vivido por Ashton Kutcher, que detesta celebrações de ano novo. Mas este amigo está preso no elevador com Lea Michele (da série musical Glee). Ela está atrasada para se apresentar em Times Square como back vocal do astro da música pop Jensel, vivido por Jon Bon Jovi. O cantor, por sua vez, tenta de tudo para se reconciliar com Katherine Heigl (de Ligeiramente Grávidos), a quem abandonou no ano anterior. Mas ela, dona de um Buffet, está mais preocupada em servir uma grande festa privada de ano novo.

Não acabou.

A festa privada é promovida pela abastada família de Josh Duhamel (de Transformers 3), que está preocupado em reencontrar uma garota à meia-noite que pode fazê-lo largar a boa vida de playboy. Enquanto isso, em Times Square, Hilary Swank está no comando dos preparativos da contagem regressiva e de todas as atrações, mas algo mais a aflige, além dos contratempos de seu trabalho. Não muito longe dali, Robert De Niro é um paciente com câncer em estado terminal. Arrependido da vida que teve, só deseja ver a grande bola de Times Square descer mais uma vez. Quem se compadece de suas últimas horas de vida é Hale Barry, que faz uma enfermeira cuja festa de ano novo será melancolicamente incomum.

Em outro hospital (ou talvez no mesmo, a essa altura já não dá pra saber com certeza) Jessica Biel está prestes a dar a luz. Quando ela e o marido, Seth Mayers (do programa Saturday Night Live), descobrem que há um prêmio de 25 mil dólares para os pais do primeiro bebê do ano, passam a disputar com outro casal preste a ter um filho quem dá a luz primeiro. Para completar o desfile estelar, Sarah Jessica Parker faz uma mãe solteira que reluta em deixar a filha de 15 anos ir com os amigos à Times Square ver a virada do ano.

A pergunta que fica depois de tantos cruzamentos, personagens e situações é: sobra espaço para alguma emoção? Claro que não. É simplesmente inviável despertar qualquer sentimento, emoção ou empatia no público depois de uma avalanche como essa. Com tantas histórias, a superficialidade dá o tom do filme, tornando-o completamente insosso.

O que certamente não fica no superficial é a vocação do filme para vender produtos. Isso fica evidente no quase ofensivo número de patrocinadores que praticamente “esfregam” suas marcas na cara do espectador durante todo o filme. Dentre esses, o mais óbvio e menos tangível é a cidade de Nova Iorque e sua “mágica” celebração de ano novo.
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