CRÍTICA PUBLICADA ORIGINALMENTE NO SITE CINECLICK
Drama romântico inspirado em uma história real, Para Sempre começa carregando nas tintas. Além do exagero numa cena de acidente de carro, todo início do filme é contaminado por um romantismo tão excessivo que chega a enjoar. Não precisava tanto para fazer o público entender que Leo (Channing Tatum, de Anjos da Lei) e Paige (Rachel McAdams, de Meia-Noite em Paris) formam um casal muito apaixonado. Pelo menos até o acidente que muda suas vidas.
Drama romântico inspirado em uma história real, Para Sempre começa carregando nas tintas. Além do exagero numa cena de acidente de carro, todo início do filme é contaminado por um romantismo tão excessivo que chega a enjoar. Não precisava tanto para fazer o público entender que Leo (Channing Tatum, de Anjos da Lei) e Paige (Rachel McAdams, de Meia-Noite em Paris) formam um casal muito apaixonado. Pelo menos até o acidente que muda suas vidas.
Leo é um jovem empreendedor, dono de um pequeno estúdio de gravação. Apesar do ramo não ter muito futuro, já que qualquer um pode fazer uma boa gravação com um computador, ele acredita na sua paixão pela música. Já Paige largou a faculdade de direito para estudar arte e tem se saído bem como uma escultora de talento promissor.
No entanto, tudo muda quando eles sofrem um acidente de
carro. Leo sai com poucos ferimentos, Paige, contudo, bate a cabeça e fica alguns
dias em coma. Quando ela recobra a consciência, não reconhece o marido, nem se
lembra de nada dos últimos cinco anos de sua vida. É quando surgem seus pais,
com quem ela não falava há anos, desde que abandonou a faculdade e foi viver de
arte. O porquê dela ter rompido com a família, com o antigo noivo e com um
estilo de vida totalmente diferente estão perdidos nos anos que sua memória
insiste em não lembrar.
Mais do que não lembrar, ela está diferente. Gostos, valores
e atitudes são de uma Paige antiga, que Leo não conheceu e não reconhece como
sua esposa. E nem ela a ele.
É a partir desse conflito que o filme cresce, diminuindo sua
voltagem romântica e abordando o drama de Leo, que tenta restabelecer sua vida
ao lado da esposa. Mas por mais que ela se esforce, ele continua sendo um
estranho para ela, assim como a vida que eles viviam e os amigos que tinham. Um
problema que se agrava com a interferência da família dela, que sempre
desaprovou a vida que ela decidiu levar e vê agora a oportunidade de recuperar
a filha que tinham perdido.
Na composição desse drama, Para Sempre não escapa de alguns clichês, mas acerta em evitar
muitos outros. Em alguns momentos parece levar a trama para um caminho
previsível, porém desvia-se desse caminho a tempo de não cair no óbvio. Na
comoção do marido apaixonado que tenta reconquistar a esposa, a cara de
cãozinho pidão de Channing Tatum ajuda bastante, conseguindo até alguns
lampejos de boa atuação.
Mesmo sendo um tanto irregular, o filme funciona bem como
história romântica. Vai até um pouco além e traz uma subtrama de reconciliação,
atenuando maniqueísmos e diminuindo os tons estereotipados de alguns
personagens. Nesta subtrama, a participação da atriz veterana Jessica Lange
como mãe de Paige presenteia o espectador com um momento de intensidade e ótima
interpretação. São pequenas surpresas, ou momentos, como gosta de dizer o
protagonista Leo, que fazem o resultado final ser melhor que a soma das partes.
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The Vow
Michael Sucsy
EUA/Brasil/França/Austrália/Reino Unido/Alemanha, 2012
104 min.
Trailer
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