
A máxima vale perfeitamente para O Verão de Giacomo, exibido ontem no festival de cinema mundial Indie 2012 (que está a pleno vapor, no
Cinesesc e Galeria Olido, com entrada franca). Isso porque as primeiros minutos
do filme me levaram à preguiça de taxá-lo, prematuramente, de chato. Equívoco
que se desfez para lá da metade de sua duração, quando fui fisgado pela
dinâmica do filme.

Giacomo (Giacomo Zulian), em plena adolescência, vai com sua
amiga de infância, Stefania (Stefania Comodin), fazer um piquenique na beira de
um rio. À partir dessa tarde de verão, longe de tudo, o filme constrói em torno
dessa relação inocente um memorial da amizade juvenil envolto na sensualidade e
no desejo minimalista.
Há inocência e verdade na forma como o filme filtra esse
momento na vida dos personagens. Não há desafio, nem contraponto. Apenas a
troca de brincadeiras, provações e o tempo junto. O conflito está implícito,
existe em cada um dos dois personagens, e nunca é exposto claramente. Deixa-se
subentendido, ao sabor de quem vê com olhos de ver e de sentir.

A grande qualidade de O
Verão de Giacomo está em sua capacidade de traduzir o intangível através do
tempo solto, sem pressa de se fazer claro, construído com a generosidade da
juventude e da vida. Não é filme de grandes reflexões, para apreciá-lo, basta
apenas se deixar levar pelo verão, pela pele dos personagens, pela aura de
juventude e pela sutileza que permeia suas imagens.
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L'estate di Giacomo
Alessandro Comodin
Itália/França/Bélgica, 2011
78 min.
Trailer
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