CRÍTICA PUBLICADA ORIGINALMENTE NO PORTAL DE CINEMA CINECLICK
O título e o cartaz de Como Agarrar Meu Ex-Namorado podem nos levar a crer que se trate apenas de mais uma comédia romântica. E de fato é. Mas neste caso há ingredientes que fazem alguma diferença. Além do misto de humor e romance, o que se vê na tela é um “policial soft”, uma trama de investigação com pegada de série televisiva que torna a experiência até agradável.
Boa parte desse resultado positivo vem da atriz Ketherine Heigl (de Ligeiramente Grávidos), que dá à sua personagem um equilibrado tom que vai da ingenuidade voluntariosa a uma inadvertida valentia. Ela interpreta Stephanie Plum, jovem endividada que precisa urgentemente de trabalho. Sua última experiência foi como atendente da seção de lingerie de uma loja de departamentos, atividade nada parecida com a que pretende encarar por pura falta de opção: caçadora de recompensa. Sua tarefa é localizar e prender foragidos da justiça em troca de um pagamento oferecido pelo Estado.
Mais que dinheiro, o que a leva a aceitar seu primeiro trabalho é uma antiga questão pessoal. O sujeito que tem que “caçar” é Joe Morelli (Jason O’Mara), ex-namorado dos tempos de colégio que a abandonou sem dar explicações. Ele agora é um policial acusado de matar um traficante desarmado. Foragido, tenta provar sua inocência.
Como Agarrar Meu Ex-Namorado é a primeira adaptação para o cinema de uma longa série de livros que tem como protagonista a personagem Stephanie Plum. Criação da escritora norte-americana Janet Evanovich, a publicação é sucesso de vendas nos EUA e conta com mais de 15 títulos (os quatro primeiros foram lançados no Brasil pela editora Rocco). Nesta adaptação, a direção coube a Julie Anne Robinson, que tem longa experiência dirigindo episódios de séries na TV. Isto certamente explica a levada de seriado que o filme muitas vezes tem. E é justamente essa levada que o torna divertido, desde que, claro, se releve alguns exageros de certas situações.
Feitos os devidos descontos, o que sobra é um longa de humor leve que nos poupa de previsíveis e tumultuadas cenas de ação. No lugar disso, se concentra mais no investigativo e cômico. Seu mérito é ser um filme-pipoca que funciona sem precisar ofender nossa inteligência, ainda que nunca exija muito dela.
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One For The Money
Julie Anne Robinson
EUA, 2012
91 min.
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