Depois de Nina, O Cheiro do Ralo e À Deriva – três produções nacionais que mostravam um constante
amadurecimento de seu diretor –, o cineasta pernambucano Heitor Dhalia entra
para o grupo de diretores brasileiros a trabalhar em Hollywood. Ele topou o
desafio, mesmo sabendo das amarras que isso implicaria. Afinal, diferente do
que estava acostumado no Brasil, o diretor não teve a mesma liberdade e sentiu
na pele a pressão de se trabalhar em um ambiente como o da indústria de cinema
norte-americana.
Seyfried é Jill, uma garota que vive em uma pequena cidade do
Oregon. Ela divide a casa com a irmã Sharon (Jennifer Carpenter, de O Exorcismo de Emily Rose) e trabalha a
noite em uma lanchonete. Jill sofre de um forte trauma, resultado de fatos
acontecidos dois anos atrás. No episódio, ela fora encontrada em uma floresta
nos arredores da cidade. Dizia ter escapado de um serial killer que a levara de
casa no meio da noite e a jogara em um buraco no meio da floresta. Como ela não
apresentava sinais de violência ou abuso sexual e o buraco nunca fora
encontrado, todos passaram a duvidar de sua história.
Obcecada em provar que dizia a verdade, desde então ela tem
vasculhado a floresta em busca de pistas. Até que um dia, ao voltar para casa
do trabalho, descobre que a irmã desapareceu. Certa de que o assassino voltou,
tenta alertar a policia, que mais uma vez duvida dela. Sem alternativa, passa a
procurar pela irmã sozinha enquanto foge dos policiais, que passam a considerá-la
perigosa por estar armada.
Desse ponto em diante, o filme se desenrola nos termos da
cartilha desse gênero. Pena que escolhe pôr em prática as lições mais básicas
ao invés de buscar pelas avançadas ou criativas. Perde muito, por exemplo, em
não explorar ao máximo a ambiguidade de sua protagonista. Sua obsessão poderia
render um bom gancho para manter acesa a dúvida e o suspense a respeito de suas
motivações serem reais ou fruto de sua paranoia.
Mas nada é pior do que o desfecho decepcionante e apressado.
Com um anticlímax mal arranjado, deixa a impressão de roteiro remendado, de
serviço feito às pressas. Assim, o que já vinha medíocre termina tedioso.
Por seguir certos passos da cartilha, 12 Horas até funciona em alguns momentos, mas muito pouco para o
que se poderia esperar do gênero. Desse resultado, pouco se pode culpar o
diretor, sempre atado a contratos e produtores, além de neófito em um mundo
cheio de armadilhas. Mas tampouco se pode isentá-lo, uma vez que está lá,
assinado por ele.
--
Gone
Heitor Dhalia
EUA, 2012
94 min.
Trailer
0 comentários:
Postar um comentário