domingo, junho 12, 2011

Breviário da Semana Nº 03

Um semanário muito breve.




Estreia

Como é final de semana do dia dos namorados, um título como Namorados para Sempre, certamente parece ser a pedida ideal. Talvez não seja. A crítica completa do filme está aqui. Mas adianto que o filme, embora seja um dos melhores que vi recentemente, não é um mar de rosas. Alternando passado e presente, ele mostra o desgaste de um casamento contraposto com o início do namoro. Enquanto o tempo presente sustenta uma permanente tensão entre o casal, as cenas do passado são iluminadas, cheias de uma beleza apaixonante. Mas o desfecho do filme pode não agradar a namoradinhos que querem apenas um filme de amor para o dia dos namorados.

Uma Doce Mentira
Resgate mais que necessário e valioso da história do cinema brasileiro, Belair é um documentário que conta a história da produtora criada por Júlio Bressane e Rogério Sganzerla nos anos 70. A Belair durou apenas quatro meses, nos quais produziu nada menos que sete longas-metragens. O filme resgata essa história e esses filmes. É cheio de humor, contestação e montado de forma a dialogar com a linguagem anárquica, performática e provocadora dos filmes da Belair.

Clicando aqui, você pode ler a entrevista que Bruno Safadi, um dos diretores do filme, concedeu ao Eu, Cinema. A crítica completa do filme você pode ler aqui.


Em Cartaz

Dos filmes já em cartaz, não vi nada esta semana.


Mostras, Retrospectivas ou DVD

Em casa, revi Alien – O Oitavo Passageiro, de Ridley Scott, lançado em 1979. Queria descobrir se ele ainda mantinha sua força tanto tempo depois. E a resposta é sim. O filme constrói o suspense e a tensão gradativamente, sabe distender o tempo e passar uma sensação de claustrofobia vivida pelos personagens. Naturalmente, os efeitos especiais envelheceram mal. Mas a atmosfera continua intensa.

Elisabeth, com Kate Blanchet, de 1998 é outro que revi em casa. Gosto as atuação de Kate, que passa de fragilizada a implacável e acho bastante forte sua fala final, quando diz que se casou com a Inglaterra. Os takes filmados do alto, como o olhar de Deus sobre as tramas palacianas de conspiração e a diminuição dessas iminências do poder pelo ponto de vista divino, me agradam também. Não é nenhuma obra prima, mas tem boas intenções.

Um Gato em Paris
Dentro do Festival Varilux de Cinema Francês (leia sobre o festival aqui), vi quatro filmes. Xeque-Mate, com Sandrine Bonnaire, homenageada pelo festival com uma retrospectiva de filmes nos quais atuou, mostra uma mulher simples que trabalha como camareira em um hotel. Casada e com uma filha adolescente, leva uma vida humilde, de apertos financeiros e rotina monótona. Um dia, ao ver um casal de hóspedes jogando xadrez, fica fascinada e decide aprender. O jogo ganha uma importância cada vez maior em sua vida, causando problemas familiares. Esse é um filme que esconde suas intenções nas entrelinhas e se revela no plano final. É sobre superação, mas também sobre sair da zona de conforto e se arriscar, acreditar em si.

Já a comédia Uma Doce Mentira, com Audrey Tautou é umas das melhores que vi nos últimos anos. Em um tempo no qual as comédias ficam cada vez mais marcadas pela mesmice e pela falta de graça, Uma Doce Mentira é mais que surpresa é uma lição de gênero. Ri-se muito durante o filme, que tem um timing perfeito, um roteiro quase impecável e uma atuação minimalista de Audrey Tautou que é encantadora e divertida. Deve entrar em cartaz em alguns meses, mas ainda pode ser visto no festival. 
Namorados para Sempre

A animação Um Gato em Paris, tem um traço elegante e uma história divertida. Junta um gato de vida dupla, um ladrão de joias, uma órfã de pai, uma mãe delegada e um gangster cercado de capangas não muito inteligentes. Combinação que entretêm, diverte e flui com bastante competência.

Já o suspense adolescente Simon Werner Desapareceu é bem fraquinho. Em um colégio no interior da França, o desaparecimento de um aluno é contado de pontos de vista diferentes. Ambientado nos anos 80 o filme não tem ritmo, nem carisma e não consegue prender a atenção ou criar suspense. Deu sono.
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