Terceiro filme de uma franquia do cinema italiano, As Idades do Amor é o título em português para Manuale D’Amore 3. Mas se você não viu os filmes anteriores – de 2005 e 2007, respectivamente – nada perde, pois as tramas são independentes. Na verdade, fragmentadas, uma vez que todos os filmes são compostos por episódios, histórias curtas que se sucedem.
Nesta terceira investida, a premissa é de contar três
histórias de amor, vividas em três tempos da vida. Amarrando as três histórias,
um cupido, na figura de um taxista. Não apenas desnecessário, mas também sem
nexo. Melhor fingir que ele não existe.
Primeiro, o amor na juventude. Jovem casal prestes a se casar.
Mesmo apaixonados, no ar aquela dúvida. Coisa certa a fazer? Advogado em início
de carreira, o rapaz quer ascender. É incumbido por sua firma de resolver uma
pendenga no interior da Itália, numa pequena e peculiar cidade. Assunto
delicado, interesses pouco nobres e um punhado de tipos estranhos.
Depois, o amor na maturidade. Jornalista bem sucedido, conhecido e respeitado nacionalmente. Casado. De repente, a sedutora promessa de sexo casual. Mas a coisa se complica. Por fim, o amor na terceira idade. Americano vivendo em Roma. Professor de história aposentando. Conhece a filha do seu melhor amigo italiano, companheiro de toda hora. Em pouco tempo, um novo sentimento o fará rejuvenescer.
Depois, o amor na maturidade. Jornalista bem sucedido, conhecido e respeitado nacionalmente. Casado. De repente, a sedutora promessa de sexo casual. Mas a coisa se complica. Por fim, o amor na terceira idade. Americano vivendo em Roma. Professor de história aposentando. Conhece a filha do seu melhor amigo italiano, companheiro de toda hora. Em pouco tempo, um novo sentimento o fará rejuvenescer.
Entre estas três historietas, nada se encaixa. Não há
sintonia entre uma e outra e o conjunto não é apenas irregular, é sofrível. O
primeiro episódio funciona mal. Vai para o romantismo mais enjoativo, do tipo
que faz mal a hiperglicêmicos. O humor que tenta fazer não engrena, emperra.
Tudo é artificial e forçado.
Boa e divertida é a segunda história, que poderia até render
um filme inteiro. Nela, deixa-se de lado o romantismo e vai-se sem medo para a
comédia de situação. A mistura cômica dos trejeitos do ator Carlo Verdone com a
sensualidade agressiva da atriz Donatella Finocchiaro dão em cenas engraçadas. Únicas
que realmente salvam o filme.
Na última história, a total falta de gancho deixa tudo
solto. Tem-se a impressão de um improviso de roteiro para encaixar Robert De
Niro e Monica Bellucci. Não se vai ao cômico, nem se entrega ao romântico
demais. De trama frouxa, resta apostar nos atores-chamarizes e seu carisma. Neste
quesito, inevitavelmente, chama atenção a exuberância de Monica Bellucci e sua
sensualidade absurda.
Mostrando-se bem acima da linha de magreza exigida hoje
pelos ditames da estética da anorexia, tira daí uma sensualidade autêntica,
natural. Visivelmente sem esforço, consegue mesmo assim sintetizar o erotismo
buscado nos outros segmentos de modo tão falho.
Entretanto, mesmo esses atributos não são suficientes para
dar ao filme o mínimo de substância. Sua fórmula é esquemática, disfuncional e
entediante. Pode servir como telefilme numa ocasião qualquer. Mas como cinema é
um desperdício de atores e de tempo.
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Manuale d'am3re
Giovanni Veronesi
Itália, 2011
125 min.
Trailer
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