segunda-feira, julho 11, 2011

Breviário da Semana Nº 06

Um semanário muito breve


Numa noite de insônia na semana passada, acabei colocando Taxi Driver, de Marton Scorsese (1976), para rolar no DVD. Não via o filme há cerca de dez anos. Grandes obras são isso, não perdem a força. O filme de Scorsese é uma tensão permanente. A paranoia, obsessiva e desajustada de Travis (Robert De Niro) o torna imprevisível e assustador, mas, de uma maneira muito complexa e sutil, nos permite sentir uma leve empatia pelo personagem. E De Niro está simplesmente perfeito no papel.

Montgomery Clift como o padre de A Tortura do Silêncio
Fui ver Transformers 3O Outro Lado da Lua no cinema. Não cheguei a ver o segundo filme da franquia, que dizem ser muito ruim. Da primeira aventura, tenho boa impressão, especialmente pela capacidade técnica do filme em combinar animação digital e cenários supostamente reais. A ação era boa. E só. Neste terceiro filme, a decepção (já mais que esperada) foi grande. Tecnicamente, o filme continua bom, mas algo já não me convence naqueles efeitos de transformação. O roteiro, claro, é digno de ser esquecido. Tinha a impressão que todo o tempo o filme dizia na minha cara que me achava um idiota, por tentar me fazer crer naquela história rocambolesca. Agrava ainda o fato de o filme se arrastar na maior parte com histórias e mais histórias para justificar toda bobagem. Só engrena no final e, como muito bem disse meu amigo Ronaldo Júnior, no final já é final. Bobo demais esse filme

Bruna Lombardi chora as mágoas do casamento
Na mostra Hitchcock, vi A Tortura do Silêncio, de 1954. Uma trama muito bem engendrada de assassinato, falso culpado e renitência abnegada. No filme, um padre é o principal suspeito de um assassinato. Ele sabe quem é o assassino, mas não pode revelar seu nome pelo segredo da confissão católica. Para piorar, não pode apresentar um álibi da noite do crime por risco de comprometer a honra de uma mulher casada. Ele aceita todos os infortúnios tenazmente até o desfecho final, que é comovente e cheios de simbolismos espirituais sobre a alma.

Como lição de casa, tive que ver O Signo da Cidade, de Carlos Alberto Riccelli (2007). Roteirizado e protagonizado por Bruna Lombardi, o filme, de tom claramente exotérico, mostra como diferentes personagens, dramas e tragédias se cruzam pela cidade de São Paulo, como destinos cruzados. O filme tem um ritmo irregular e não dá tempo para que os personagens se desenvolvam a ponto de criar alguma empatia com o expectador. A música, as imagens e as histórias tentam nos emocionar, mas soam um tanto artificiais por falta de substância dramática ou constitutiva. Para piorar, o filme se arrasta para além de onde deveria terminar.

Robert De Niro como o psicótico Travis
Convidado pela assessoria e produção da Onde Está a Felicidade?, (também uma parceria de direção de Carlos Alberto Riccelli com o roteiro e a atuação de Bruna Lombardi) para ver o filme em sua exibição em concurso no Festival de Cinema de Paulínia, encarei as duas horas de viagem até a cidade, em ônibus fretado pela patrocinadora Telefônica. O filme é divertido, o público que lotou o Teatro Municial de Paulínia gostou (e riu mais do que eu). Talvez por não se levar a sério demais, o filme tem a qualidade de encaixar algumas boas piadas. A atuação de Marcello Airoldi, apesar de em alguns momentos ficar um ou dois tons acima do afinamento, é muito boa no geral, com momentos excelentes. Bruna Garcia mantém seu padrão de comédia. No geral, é um filme com bom potencial de público, quando estrear em 19 de agosto. Em breve, escrevo a crítica completa.
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