
Crescidas na Inglaterra pós-guerra, Ginger é introspectiva,
dada à poesia. Como muitos de sua geração, tem pais jovens. Ele um escritor e
professor universitário, ela dona de casa. Rosa é mais desinibida. Seus pais
também são jovens, mas seu pai abandonou sua mãe muito cedo, deixando-as sós.
Inseparáveis desde a infância, elas vivem, assim como o
resto do mundo, os dias de temor diante da iminência de uma guerra atômica. Trata-se
da crise dos mísseis em Cuba, conflito diplomático entre que foi o auge da
Guerra Fria e colocou o mundo à beira do holocausto nuclear em 1962. De uma
bomba a outra, Ginger & Rosa se
pretende um retrato e um olhar para aquela geração, a partir do medo e da
liberdade dos anos 60.

Com uma direção apática, feita de planos óbvios e montagem
burocrática, Ginger & Rosa se revela
abaixo do morno. Uma temperatura que contrasta com seu tema e com a época em que
se passa. Tempo de efervescência, fundamentado em quentes ideologias e em uma
geração que fez do temor da bomba e do repúdio à guerra o propulsor de mudanças
sociais e lutas ferrenhas. Mas tudo isso fica distante do filme, que se
desdobra sem emoções que traduzam seu tempo.

O resultado é um filme sem vida, de roteiro promissor, mas
mal resolvido. Das atuações automáticas e apagadas aos desdobramentos de seu
final, vê-se no seu conjunto a intenção de ser um filme sofisticado e
escrutinador de uma época e de seus efeitos. Mas na construção desse propósito
o filme falha completamente.
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Ginger & Rosa
Sally Potter
Reino Unido/Dinamarca/Canadá/Croácia, 2012
90 min.
Trailer
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