Mamá
Andy Muschietti
Espanha, 2008
Abaixo está o curta-metragem de terror “Mamá”, escrito e dirigido pelo espanhol Andy Muschietti. São três minutos para criar tensão e dar sustos.
Não é nenhuma obra-prima do gênero, mas funciona bem na construção do suspense num espaço de tempo tão curto. Com uma elipse bem explicada pela frase sucinta: “Mamá ha vuelto”, joga o expectador na tensão da dúvida do que exatamente significaria essa “volta de mamãe”. Calca a situação do medo em duas crianças que têm de fugir do elemento da célula familiar que é a maior referência de proteção.
Nesse aspecto, o roteiro mexe intensamente com medos psicanalíticos. Se a ameaça sobrenatural personifica-se na figura materna, a identificação com as crianças que sofrem tal ameaça se dá de maneira a tornar nosso medo mais desconcertante. Ponto para o filme.
“Mamá” segue bem enquanto preserva o suspense, enquanto não mostra. Exibe um virtuosismo nos movimentos de câmara bem trabalhados em um longo plano-sequência. O único corte é pouco antes do fim.
No entanto, quando finalmente surge a criatura, o filme perde força. Isso acontece por conta da repetição de uma estética desgastada. São os mesmos efeitos que permeiam a maioria dos filmes recentes do gênero. Isso é resultado da forte influência que o cinema de terror recebe dos filmes japoneses do mesmo gênero. A marca dessa influência se dá pelo efeito similar a um “stop-motion” nos movimentos das criaturas desses filmes. Um efeito que funcionou muito bem o começo, mas que agora já virou clichê.
Apesar dessa fórmula de efeito já diluída pela repetição, o filme assusta. Para um curta de apenas 3 minutos isso não é pouco.
Merece uma boa olhada e pontua também no desfecho. Não por sua originalidade nem pelos efeitos. Mas por trazer como referência visual um clássico do gênero: O Exorcista.
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