domingo, outubro 10, 2010

Escrever Cinema

Muitos me perguntam – e também eu a mim mesmo – porque escrever críticas de filmes?


No sentido amplo, filosófico, não me arrisco muito. Particularmente, escrevo porque gosto de escrever. Não é uma opção. Escrevo desde os 13 anos (hoje carrego 36 nas costas). Há sete anos mantenho o blog Obscenum, que conta atualmente com mais de 1600 textos de diversos assuntos. Isso equivale, nesses sete anos, a um texto a cada dois dias. A crítica de cinema, para mim, é um exercício de escrita e também de experiência sensorial com o filme assistido. É um prazer ver e é um prazer escrever. Claro, em alguns momentos, um prazer estóico, difícil de explicar para quem não escreve.

Mas como tenho estado atento na busca por respostas a perguntas desse tipo, ainda que saiba que elas nunca poderão ser conclusivas e abrangentes o suficiente, encontrei algumas num livro que estou relendo.

Trata-se de Ensaio Sobre a Análise Fílmica, de Francis Vanoye e Anne Goliot-Lété. Um livro que, para meu gosto, trata a análise fílmica de modo um tanto quanto esquemático demais, mas que a despeito disso trás boas dicas de meios para se “desmontar” um filme.

Na sua introdução, os autores afirmam que analisar um filme é um modo de vê-lo novamente e de com isso ampliar o prazer sentido ao assisti-lo, bem como preservar e também ampliar o prazer ao revê-lo.

Sim, se for para começar com uma pista de porque gosto de escrever sobre filmes, é um bom começo. Realmente, durante a feitura de meus textos sobre cinema sempre persiste o prazer que tive ao ver os filmes analisados. Eles ganham, palavra a palavra, parágrafo a parágrafo, uma nova dimensão, uma nova e múltipla faceta, ampliada com a análise. É como uma lupa, grosso modo.

Mas isso é assunto para anos, para muitos textos. Não dá para estender agora. Fica só como sinal para futuras reflexões.

0 comentários:

 

Eu, Cinema Copyright © 2011 -- Powered by Blogger