The Change-Up
David Dobkin
EUA, 2011
112 min.
Alguns filmes de Hollywood se parecem com aqueles encartes
de papelão, com instruções pontilhadas para montar; dobre aqui, cole ali, recorte
acolá e pronto, mais um filme lançado. É exatamente o caso da comédia “Eu
Queria Ter a Sua Vida”, que repete uma fórmula mais que desgastada em seu
roteiro.
Dois amigos de infância têm vidas completamente opostas.
Dave Lockwood (Jason Bateman, que esteve ótimo em “Quero Matar Meu Chefe”, mas
aqui está decepcionante) é um advogado bem sucedido, casado e pai de três
crianças (duas delas gêmeos recém-nascidos que mal o deixam dormir). Mitch
Planko (Ryan Reynolds, protagonista da adaptação para o cinema do super-herói Lanterna
Verde) leva uma vida de solteiro. Ccom muitas namoradas, vive de trabalhos esporádicos
como ator e costuma não fazer nada em boa parte do dia.
Uma noite, ao saírem juntos de um bar, vão urinar em um
chafariz próximo. Enquanto fazem xixi, reclamam de suas vidas, até dizerem ao
mesmo tempo que queriam ter a vida do outro. Acontece então um súbito blackout na cidade, mas logo tudo parece
voltar ao normal. Porém, quando acordam na manhã seguinte, percebem que estão com
os corpos trocados. Assustados, voltam ao chafariz para desfazer a maldição,
mas descobrem que ele foi removido pela prefeitura. Por causa da burocracia,
Dave e Mitch só poderão saber para onde foi deslocado em algumas semanas.
Com as vidas trocadas, Mitch, que não entende nada de
advocacia, terá que conduzir uma fusão de milhões de dólares na qual Dave vinha
trabalhando. Dave, por sua vez, terá que atuar num filme para o qual Mitch fora
contratado, sem saber que se trata de uma produção pornô.
A comédia não apresenta nada de novo em seu formato,
limitando-se a fazer previsíveis piadas sobre o comportamento “estranho” que
cada um deles passa a ter diante de colegas e família. Além de usar um
argumento desgastado e sem surpresas, o filme ainda exibe algumas cenas de
qualidade técnica sofrível, dignas do cinema trash. Como em nenhum momento o filme se assume com tal, as cenas
não apenas destoam, como também constrangem.
Com poucas piadas que funcionam, a narrativa se arrasta para
o previsível sentimentalismo final. Enquanto aproveitam a vida um do outro, percebem
o que há de errado com suas próprias vidas e decidem mudá-las para melhor. Mas não
tem melhora de vida que melhore um filme tão ruim.
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1 comentários:
O diretor David Dobkin parece excelente, eu não vi muitos de seus filmes, mas eu vi recentemente o filme chamado O juiz atua, onde Robert Downey Jr. com Robert Duvall, descobri que no início você tem um ritmo lento, é uma história com um monte de mistério, claramente não o tipo de mistério sobre o medo, mas mistério sobre a história e os fatos que estão acontecendo, é um ótimo filme, recomendo.
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