Chamado de Mumblecore, movimento chamou a atenção da crítica e do público com filmes improvisados e histórias sobre o cotidiano.
Começa
hoje (6) em São Paulo a mostra “Mumblecore – A Estética do Faça Você Mesmo”. Derivado
da palavra mumble (resmungar), “Mumblecore”
é o nome dado ao novo cinema independente americano. Com filmes de baixíssimo
orçamento, atores amadores, histórias simples e diálogos improvisados, essas
produções têm chamado a atenção da crítica e agradado ao público. As exibições
ocorrem até o dia 18 no Centro Cultural São Paulo, Cine Olido e Centro Cultural
da Juventude. Os ingressos custam R$ 1,00.
O
movimento “Mumblecore” nasceu em 2002 a partir de conversas de um grupo de
jovens durante os intervalos de um festival de cinema independente. O primeiro
a se destacar foi Andrew
Bujalski com o longa “Funny Ha Ha”, em 2002. O filme foi
premiado no Independent Spirit Awards. O prêmio deu notoriedade a Bujalski e chamou a
atenção da crítica e da imprensa para o que estava acontecendo onde ninguém
estava olhando.
Filmados muitas vezes em vídeo e
distribuídos artesanalmente - com cópias em DVD vendidas pelas internet -, os
filmes dessa nova geração tratam dos problemas cotidianos, de questões como o
desajuste na sociedade e, principalmente, de relacionamentos. Não há como não
compará-los a nomes que fizeram cinema independente em outras gerações, como
Richard Linklater, Jim Jarmush e John Cassavetes. Nem os novos diretores fazem
questão de se diferenciar. Afirmam que querem apenas falar das coisas com as
quais lidam no dia-a-dia, sem grandes pretensões.
Com os filmes do movimento participando
de mais festivais, o “resmungo” em torno da novidade ganhou corpo. E público.
Sinal disso é o fato de em 2010 uma grande distribuidora como a Fox Searchlight
ter lançado o primeiro filme com diretores saídos desse movimento. “Cyrus”, terceiro
longa dos irmãos Mark e Jay Duplass, chegou aos cinemas com atores conhecidos
no elenco, como Marisa Tomei e Catherine Keener. Mesmo com um orçamento maior e
uma produtora grande como suporte, a trama mantém a simplicidade e o caráter
intimista dos filmes Mumblecore. Sua
temática também não é diferente e trata de relacionamentos.
Com 20 filmes na programação da
mostra, esta é uma boa oportunidade de se conhecer o trabalho desses diretores
enquanto ainda são realmente independentes e livres para filmarem o quê e como quiserem. Se e quando forem engolidos pelos grandes estúdios,
certamente terão que fazer concessões. Podem até manter a qualidade e a
simplicidade. Mas filmes como esses que estão na mostra, com independência,
improviso e simplicidade, talvez não durem muito.
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Para ver a programação completa,
acesse:
1 comentários:
Estou morrendo de vontade de ver o novo trabalho de Duplass Brothers na série da HBO, Togetherness.
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