Apenas
o Fim, trabalho de estreia do diretor Matheus de Souza, é um filme sobre
o fim de um relacionamento, e nada mais. Por isso, talvez, seja tão bom, já que dessa simplicidade de ruptura nasce uma iluminada viagem para dentro daquilo que se perde quando a
vida acontece. Algo intangível e inestimável, que pode ser chamado de sonho,
esperança, frescor da juventude, otimismo ou ingenuidade. Talvez a soma de
todas essas coisas e algo mais, algo ainda sem definição e cuja perda não representa o fim, mas a continuidade.
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No restante de sua duração, Apenas o Fim se alterna entre fragmentos
da conversa final do casal e fragmentos de suas lembranças juntos. De pedaço em pedaço, vai-se construindo um colorido mosaico de memória e conversas aparentemente irrelevantes, mas que revelam na sua falsa banalidade um
universo rico de sentimentos, rico de significados oblíquos, que são aqueles que compõem a memória e a partir dela se reconhece as paixões, os desenganos e os sonhos da vida, perdidos ou vindouros.
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Não que seja original. Há na sua construção uma influência
clara do filme Antes do Amanhecer (1995): os planos sequência, o casal
caminhando e conversando, os diálogos frívolos surgidos em meio a uma conversa
mais séria, a urgência de um tempo juntos que está por terminar.
Mas ao contrário do clássico dos anos 90, esta versão nacional trata de algo que está terminando, não de um tateio por algo que pode começar. Isso faz toda diferença, uma vez que a memória, inserida em esquetes durante a despedida, conta muito na construção de uma relação, mas conta principalmente na caracterização do descompromisso.
É o descompromisso, a certeza do incerto que vem adiante, somado a uma afinada sintonia entre os atores e bons diálogos, que faz do filme uma agradável experiência. Embora carreguem o peso inevitável da gravidade de uma separação, esse peso jamais adquire o tamanho de uma tragédia ou de um drama arrastado. Trata-se somente de uma despedida meio amarga, amenizada, inadvertidamente, pela certeza do porvir. Trata-se apenas do fim. Daquela dor meio baça entre a perda e a renovação, entre o olhar para trás com o coração apertado e caminhar para frente com o peito aberto.
Mas ao contrário do clássico dos anos 90, esta versão nacional trata de algo que está terminando, não de um tateio por algo que pode começar. Isso faz toda diferença, uma vez que a memória, inserida em esquetes durante a despedida, conta muito na construção de uma relação, mas conta principalmente na caracterização do descompromisso.
É o descompromisso, a certeza do incerto que vem adiante, somado a uma afinada sintonia entre os atores e bons diálogos, que faz do filme uma agradável experiência. Embora carreguem o peso inevitável da gravidade de uma separação, esse peso jamais adquire o tamanho de uma tragédia ou de um drama arrastado. Trata-se somente de uma despedida meio amarga, amenizada, inadvertidamente, pela certeza do porvir. Trata-se apenas do fim. Daquela dor meio baça entre a perda e a renovação, entre o olhar para trás com o coração apertado e caminhar para frente com o peito aberto.
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Apenas o Fim
Matheus de Souza
Brasil, 2008
80 min.
Trailer
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